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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Desmistificando o imobilismo negro - Parte I




Luís Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882), foi filho de um fidalgo, Nabor da Gama Filho e de Luísa Maheu (ou Luísa Mahin), africana da nação nagô, nascida na Costa da Mina e liberta em 1812. Conforme texto autobiográfico do próprio Luís, a sua mãe foi detida em várias ocasiões, por se envolver em planos de insurreições de escravos, como a Revolta dos Malês (1835). Os malês era como os africanos que seguiam o islamismo eram chamados no Brasil.
Luísa esteve envolvida na articulação de muitos levantes de escravos na então Província da Bahia nas primeiras décadas do século XIX. Quituteira de profissão, de seu tabuleiro eram distribuídas mensagens políticas em árabe, através dos meninos que pretensamente com ela adquiriam quitutes.
Em 10 de novembro de 1840, o jovem Luís, então com dez anos de idade, foi vendido ilegalmente por seu próprio pai como escravo, afirma-se que devido a uma dívida de jogo. Sua vida desde então foi tão conturbada quanto da mãe. Vendido várias vezes, chegou a ser recusado em uma delas por ser baiano, povo que recebia a ''má fama'' de ser constituída de negros revoltosos e fujões. Por fim com ajuda de um amigo aprendeu a ler e chegou a rábula, ou seja, advogado que atua sem formação.
Foi um grande nome da literatura negra na luta contra a escravidão. Entre suas palavras mais fortes escreveu:
"O escravo que mata o seu senhor pratica um ato de legítima defesa."

"Em nós, até a cor é um defeito. Um imperdoável mal de nascença, o estigma de um crime. Mas nossos críticos se esquecem que essa cor é a origem da riqueza de milhares de ladrões que nos insultam; que essa cor convencional da escravidão, tão semelhante à da terra, abriga sob sua superfície escura, vulcões, onde arde o fogo sagrado da liberdade."

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